segunda-feira, 30 de março de 2009

Festival de Curitiba 2009


Acabou ontem a décima oitava edição do festival de teatro, que contou com mais de 300 espetáculos nos 10 dias de programação. As opções eram muitas, de Jô Soares a Gerald Thomas, mas infelizmente meu comprometimento acadêmico e a vinda do Radiohead ao Brasil não me permitiram aproveitar muito e só tive oportunidade de conferir duas das várias montagens. Optei por pouco convencionais: Oceano no sábado (28) e Sin Sangre no domingo (29). A primeira aconteceu na Ópera de Arame, um ótimo lugar para o conceito do espetáculo (teatro + circo), e os próprios atores comentaram que era um sonho realizado trabalhar ali. A peça, uma bela reflexão sobre o viver e o aventurar-se, é tão genuinamente divertida que os 100 minutos de duração passam voando. Já a segunda, produção chilena, tem zero de alegria e inocência, apesar do público equivocado ter se divertido com os palavrões. Se trata de uma montagem multimídia elaboradíssima que adapta um romance de Alessandro Baricco, cujo projeto City (livro-peça-disco) eu já conhecia. No primeiro ato - a lembrança de um assassinato premeditado - o foco é na ação e no efeito visual, depois disso somos levados ao encontro entre dois envolvidos no ocorrido, 40 anos depois, e toda a atenção é voltada para o texto maravilhoso de Baricco, num longo diálogo que tem traços do cinema/dissecação da memória de Resnais. A peça é imperdível e ficará em cartaz em São Paulo, no SESC Vila Mariana de 3 a 5 de abril.
Mais fotos aqui, por Daniel Sorrentino.

sábado, 21 de março de 2009

"This will be on my videotape"


Thom Yorke meditando em Ipanema.


Até segunda!

Radiohead no Rio


Setlist:

01. 15 Step
02. Airbag
03. There There
04. All I Need
05. Karma Police
06. Nude
07. Weird Fishes/Arpeggi
08. The National Anthem
09. The Gloaming
10. Faust Arp
11. No Surprises
12. Jigsaw Falling Into Place
13. Idioteque
14. I Might Be Wrong
15. Street Spirit (Fade Out)
16. Bodysnatchers
17. How to Disappear Completely
18. Videotape
19. Paranoid Android
20. House of Cards
21. Just
22. Everything in its Right Place
23. You and Whose Army?
24. Reckoner
25. Creep

Outro ótimo setlist, mas apesar de I Might Be Wrong e How to Disappear Completely, não superou o da segunda apresentação na Cidade do México. Espero que siga a mesma lógica aqui no Brasil!

terça-feira, 17 de março de 2009

Bonnie "Prince" Billy - Beware


Quando fiz a retrospectiva musical de 2008, comentei o fato de Will Oldham estar num momento de sua carreira em que suas escolhas estéticas refletem o tamanho da sua experiência. Sua música é totalmente influenciada pelo folk/country tradicional americano, mas é composta e arranjada de maneira tão antiquada que se torna exótica, esquisita, que subverte. Gosto de pensar sobre os porquês de certos artistas se expressarem através de certas maneiras, e Oldham ganhou o status que tem hoje porque encontrou uma voz única para se expressar.





Radiohead no México, segundo dia


Certamente um dia inesquecível para quem estava no Foro Sol. Não é o meu caso. Fica a esperança por um setlist como este para a apresentação em São Paulo, devido ao grande número de momentos épicos: Talk Show Host, You And Whose Army?, Climbing Up the Walls, How To Disappear Completely, Dollars & Cents e Like Spinning Plates. Se continuarem variando tanto, não custa nada esperar por Morning Bell ou In Limbo por aqui.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Radiohead no México


Acabou há alguns minutos a primeira apresentação da turnê latino-americana do Radiohead. Um setlist com grande presença de músicas do In Rainbows, supresas boas (No Surprises, ironicamente) e ruins (apenas uma música do Amnesiac). Não reclamo do disco mais recente, mas poderiam ter tocado menos The Bends.
Setlist completo e quase perfeito aqui.
A foto acima - Thom Yorke no aeroporto da Cidade do México - foi retirada daqui.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Watchmen (Zack Snyder, 2009)


É louvável que uma experiência como essa veja a luz do dia. Snyder pode não ser um visionário, mas é muito ousado em se aventurar a fazer um filme desse tamanho sem ter um público específico ao qual se direcionar, afinal, os fãs de quadrinhos estão muito ocupados discutindo a fidelidade na adaptação e vários fatores excluem outros grupos (temática, longa duração, personagens desconhecidos, proibição para menores). O resultado é impreciso, com momentos de inspiração e originalidade que surpreendem (introdução, créditos iniciais e o tão temido final inédito - bastante coeso, prova de que Snyder não é um qualquer), um roteiro confuso (preguiça de elaborar mais e medo de deixar a fonte de lado) e sequências-lixo dignas de dos piores filmes do gênero (a maior parte delas é de pancadaria exagerada). Essa ousadia em pequena dose o deixa no mesmo patamar de Sin City, cuja emoção reside apenas na imagem-movimento: é apenas mais um filme irrelevante.