sábado, 31 de janeiro de 2009

Hoje!


Uma pequena amostra da parte que me cabe hoje à noite no Centro de Artes Boemia!



Apareçam!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Recomendações - Discos novos

Aidan Moffat and the Best-Ofs - How to Get to Heaven from Scotland (2009): Depois do fim do Arab Strap, Malcolm Middleton e Aidan Moffat continuaram trabalhando bem, e no sucessor do disco/livro erótico I Can Hear Your Heart (de Moffat, 2008) encontramos músicas menos carregadas e com mais "finais felizes", como o próprio Moffat definiu. Boa surpresa nesse início de ano.



The Whitest Boy Alive - Rules (2009): O projeto paralelo (um dos muitos) de Erlend Øye evoluiu bastante desde Dreams (2006). Já na faixa de abertura de Rules, percebemos que é um disco bem mais criativo e elaborado que o de estréia.



Vetiver - Tight Knit (2009): Agora posso me redimir de não ter ouvido o álbum de covers que lançaram ano passado. Tight Knit não é tão livre quanto To Find Me Gone (2006), mas é completamente satisfatório e surpreende em muitos momentos.



Antony and the Johnsons - The Crying Light (2009): Apesar de começar com a música errada (Twilight e Hope There's Someone, que abrem os discos anteriores, são duas das melhores composições de Hegarty), a primeira metade desse álbum chega muito próxima da perfeição. As três faixas que seguem a música título pecam por excessos de personalidade, um mal que acomete músicos com visões peculiares do mundo à sua volta, mas felizmente o final da audição nos reserva duas pérolas.



Fever Ray - Fever Ray (2009): Projeto solo de Karin Dreijer, do The Knife, mais sombrio e carregado do que estávamos acostumados a ouvir nos trabalhos da dupla. Ao se distanciar das pistas, Karen fez um trabalho de impressionante intimismo.

domingo, 18 de janeiro de 2009

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Sobre rupturas


Chegamos no último ano da década que começou com Kid A e vai terminar com as primeiras apresentações do Radiohead no Brasil. A notícia de que teremos que aturar Los Hermanos (devo admitir, infelizmente, que já foi-se o tempo e a paciência - ainda mais depois do Little Joy) e Vanguart não interfere na euforia que se apodera de qualquer ser demasiado humano que tenha sido afetado de qualquer mínima maneira pelas rupturas propostas (e devidamente executadas) pela maior banda do mundo há dez anos.

E não há pontapé inicial melhor para o último ano antes de uma década novinha em folha do que Merriweather Post Pavillion, que mostra o próximo passo na evolução musical proposta pelo Animal Collective. Como o Radiohead do início dos anos 2000, é impossível dizer se eles fazem música pop, rock, folk ou música eletrônica, consequência do trânsito nos limites musicais "aceitáveis" pelo mercado atualmente. Consideremos nesta comparação uma escala bem menor, já que de dez anos pra cá a indústria e o consumo da música mudaram completamente (impossível não pensar nos ingleses novamente) e hoje projetos pequenos podem fazer muita diferença.

O Animal Collective nunca soou como uma "banda", mas há algum tempo vinha enquadrando sua sonoridade numa moldura pop e se diferenciando dos inúmeros que resolveram se aventurar por ela, o que culminou no eufórico Strawberry Jam. No sucessor deste impecável trabalho de dois anos atrás, o coletivo mostra a leveza e a liberdade de quem não precisa se esforçar para fazer algo que seja ao mesmo tempo ruptura e fidelidade, aliando a fase mais melódica em que se encontram com climas já explorados anteriormente. Ecos de Infant Dressing Table, Visiting Friends, Did You See the Words e Flesh Canoe podem ser ouvidos durante todo o disco, como se estas tivessem se transformado em inesquecíveis canções pop.

Poderia me abster de afirmar que existe sim uma evolução em tudo isso, mas meu conceito de evolução me permite relacionar esta idéia a qualquer expressão (seja ela artística, científica ou até mesmo religiosa) capaz de mudar a visão que acabamos construindo para tudo, e certamente é o que a música do Animal Collective tem feito, com a extrema originalidade que já rendeu rótulos novos e seguidores não tão interessantes.