quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

"Who watches the Watchmen?"


Há alguns dias reli Watchmen, a graphic novel que desconstrói o universo dos super-heróis, o nicho mais característico e explorado da arte sequencial. Criada por Alan Moore, ilustrada por Dave Gibbons e publicada pela primeira vez em 1986 pela DC Comics, a obra tem início numa década de 80 alternativa, com a investigação do assassinato (mostrado através de flashbacks) do Comediante, um vigilante mascarado de conduta e valores duvidosos que trabalhou para o governo americano no Vietnã. Aos poucos somos apresentados aos personagens, quase todos "heróis" que se aposentaram da luta contra o crime - devido, em parte, a uma lei que proibiu suas ações - e tiveram que encontrar alternativas para sobreviverem. São esses personagens que dão o caráter de definitiva à obra, já que servem de panorama para os diversos tipos abordados pela Nona Arte através dos anos, desde as pessoas comuns que se fantasiam à noite, homens superdotados e seres com capacidades além da compreensão humana. A idéia inicial era utilizar alguns heróis criados nos anos 60, mas o final da narrativa os deixaria inutilizáveis posteriormente, então o próprio Moore os criou, todos com semelhanças aos que os antecederam, proporcionando uma experiência familiar ao leitor já acostumado com o universo. É interessante pensar num projeto desse sendo adaptado para o cinema, já que os melhores momentos que a abordagem cinematográfica do tema nos reserva também desconstruiram a maneira de se fazer filmes sobre heróis: Unbreakable, que não se baseou em nada prévio, Batman Begins e The Dark Knight, que buscaram uma maior plausibilidade. Resta saber se a adaptação de Watchmen - que já passou pelos planos de tantos diretores de respeito como Terry Gilliam e Darren Aronofsky - será tão definitiva quanto a obra original, e se seus reflexos nas produções posteriores, se existirem, serão positivos.

Alguns trechos:







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