terça-feira, 16 de dezembro de 2008

"Vibe Disco" ou "Retrospectiva musical de 2008, segunda parte"


Vamos animar mais um pouco. Grande parte das melhores produções em música eletrônica do momento têm revelado um interesse na disco music dos anos 70 e 80, mas claro que nem tudo é relevante. O interessante é observar que as melhores produções acabam saindo de artistas que não se limitam ao suposto gênero, como o nosso primeiro exemplo. Lambs Anger certamente não estaria na minha lista (se eu conseguisse fazer listas) dos 20 melhores discos do ano, mas é justamente sua irregularidade e variedade que resultam numa senhora diversão.



Outra produção bastante irregular que garante, no mínimo, que você bata os pezinhos no chão é o debut da banda Golden Bug. O resultado aqui são momentos bastante distintos de climas, timbres e estilos. Em Hot Robot você ouvirá disco, funk, electro e house (e suas variações), em momentos alternados de sonoridades dançantes, obscuras e calmas.



E por falar em misturas, um dos lançamentos que passou muito tempo na minha playlist foi um simples EP de sobras de estúdio do The Juan MacLean. Apesar de abrangente (disco-punk e acid-house?!), a mistura aqui é bastante coesa, e já começo a especular sobre a qualidade do álbum que está por vir em 2009, se essas são apenas as sobras.



Outro lançamento modesto que acabou marcando muito foi o primeiro LP dos Glimmers, que teve distribuição gratuita nos lugares onde a dupla belga se apresentou. Em The Glimmers Are Gee Gee Fazzi a coesão também reina, apesar de covers inusitados para músicas de Olivia Newton-John e Chimo Bayo, e dos muitos convidados ilustres, como os produtores Lindstrøm e Prins Thomas e Stéphane Misseghers, baterista do dEUS.



Hercules & Love Affair não ilustra esse post à toa. O debut do projeto de Andy Butler foi um dos pontos altos de 2008, e já entrou para a história. A essa altura todos devem estar mais que acostumados com a épica Blind, então fico com uma faixa menos festejada, entretanto de qualidade equivalente.



Agora um pequeno choque. É claro que o Of Montreal não faz parte de nenhum movimento neo-qualquer coisa, mas como o intuito aqui é "vibe" e que danem-se os rótulos, falemos de Skeletal Lamping. Kevin Barnes e seus companheiros, não satisfeitos com a repercusão positiva unânime de Hissing Fauna, Are You the Destroyer?, de 2007, produziram uma pérola das grandes, que só faz sentido se ouvida do começo ao fim. Esqueçam as canções redondas e bem acabadas do ano passado e mergulhem numa confusão musical baseada nas (des)aventuras de um transexual negro e fã do Prince, de onde emergem esporadicamente alguns irresistíveis ganchos pop. Apesar da repercussão negativa na crítica, pra mim é um disco surpreendente e ao mesmo tempo natural. Estranhamente, considero que era o passo mais lógico a se esperar deles!

2 comentários:

  1. Eu ainda não consegui digerir o Skeletal... mas eu sou lentinha mesmo...demorei tb pro Hissing Fauna e hj é um dos meus albuns preferidos de todos os tempos...

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  2. só agora vi teu comentário sobre o skeletal. pensei que essa descrição do texto fosse coisa tua e só depois que pesquisei no google é que descobri que o kein barnes até encarna o personagem...hahaahah...

    esse disco é o meu preferido do of montreal. gostei logo "de cara".

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