terça-feira, 30 de dezembro de 2008

"2008 em filmes"


Fazer um balanço geral e eleger os melhores filmes do ano é mais difícil que falar da cena musical, já que o acesso a filmes novos é bem mais restrito e o próprio ato de ver e pensar cinema requer bem mais do que se imagina. Então, revendo a lista de filmes vistos este ano, percebi que a maioria das obras que me marcaram de alguma maneira é de 2007, e se fosse reduzir a lista a dez nomes, só restariam 2 de 2008: Blindness e The Happening. O primeiro, mesmo com sua sociologia um tanto defasada, problemas graves como a trilha sonora e os trechos de uma narração tão completamente inútil que quase saiu de cena, ainda assim é motivo de orgulho num ano em que diretores brasileiros nos deram produções vergonhosas como Linha de Passe e Feliz Natal; enquanto no ano passado tivemos Falsa Loura (!), Jogo de Cena (!) e Cleopátra, esses sim, inesquecíveis obras que só pude ver em 2008 e obrigatoriamente integram a lista. The Happening, para o desgosto dos críticos, trouxe Shyamalan ainda nadando contra a corrente do cinema americano, no seu filme mais inacreditável e que, de minha parte, até mereceu revisão. Um "objeto não-identificado" no meio de tanta apatia.
Os Coen e Woody Allen, que estiveram presentes tanto em 2007 quanto em 2008, foram melhores ano passado. No Country for Old Men melhora a cada revisão e, opostamente à naturalidade de Burn After Reading, me parece uma obra mais pensada e mais exigente. Cassandra's Dream também é o oposto de Vicky Cristina Barcelona, o primeiro sendo um dos filmes mais sombrios de Allen, que choca pela simplicidade, e o outro sendo um de seus filmes mais deliciosamente leves. Dói um pouco deixar o mais recente fora da lista, já que ambos são pontos altos do Allen pós-2000.
Meus queridos Julio Medem, Wes Anderson e Fatih Akin também entram para a lista com suas produções de 2007. Caótica Ana é de uma abertura espantosa, fruto de alguém que pensa cinema de uma maneira bastante livre de qualquer tipo de conceito concreto; The Darjeeling Limited foi um dos momentos mais inspirados e sensíveis da carreira de Anderson, trazendo tudo que os seguidores dele adoram e os detratores odeiam; e Auf der anderen Seite (no Brasil, Do Outro Lado) me proporcionou emoções verdadeiras, algo que geralmente filmes com dramas socio-políticos aliados a familiares tentam fazer sem sucesso.

4 comentários:

  1. eu me recuso a fazer listas de filmes do ano... eu tenho visto pouca coisa nova... dos q c citou só vi o dos coen e achei bem legal... mas acho q o q eu mais gostei foi o gomorra... não muda a vida de ninguem mas é bem forte.DDD

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  2. igor, eu já tinha muita vontade de ver o do shyamalan...agora então, vou ali procurar uma locadora que esteja aberta às 18h do dia 31 de dezembro...

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  3. eu ainda tô pensando se gosto ou odeio The Happening. ahhahahahah
    =*

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  4. The Happening é baum?
    sério?
    eu ainda nao vi.
    por puro medo mesmo.

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